Comunhão Preciosa
Hinário Adventista do Sétimo Dia
Letra: Ellen Lakshmi Goreh(1853-1937)
Título Original: In the Secret of His Presence
Música: George Coles Stebbins(1846-1945)
Texto Bíblico: Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam! No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas. (Salmo 31:19 e 20)
1. Quão preciosas são as horas
Na presença de Jesus!
Comunhão deliciosa,
De minh’alma com a luz!
Os cuidados deste mundo
Não me podem abalar,
Pois é Ele o meu abrigo
Quando o tentador chegar,
Quando o tentador chegar.
2. Ao sentir-me rodeado
De cuidados terreais,
Conturbado ou abatido,
Ou em dúvidas fatais,
A Jesus eu me dirijo
Nestes tempos de aflição;
As palavras que Ele fala
Trazem paz ao coração,
Trazem paz ao coração.
3. Se Lhe conto meus temores,
Toda a minha imperfeição,
Ele escuta com paciência
Essa triste confissão;
Com ternura repreende
Meu pecado e todo o mal.
É Jesus o meu amigo,
O melhor e mais leal,
O melhor e mais leal.
4. Se quereis saber quão doce
É a secreta comunhão,
Podereis mui bem prová-la,
Fruireis consolação;
Procurai estar sozinhos,
Em conversa com Jesus:
Provareis na vossa vida
Sua graça e Sua luz,
Sua graça e Sua luz.
Veja a história deste hino
A cidade santa de Benares, na Índia, é uma das mais antigas do mundo. Foi a lar de Buda. Aliás, no século VI, quando Buda se mudou para lá para estabelecer sua religião, já era uma cidade próspera. Por gerações a cidade abrigou centenas de mosteiros, milhares de monges e muitos templos e mesquitas.
O rio serpentino geralmente está cheio de gente que veio de longa distancia para poder se banhar nele e “lavar os seus pecados no rio sagrado, o Ganges”.
Benares também é o lar de muitas ricas famílias hindus que desejam obter salvação para sua vida futura por andar na estada sagrada Ponch-Kos perto da cidade. Qualquer que andar naquele curso, crêem eles, seja de qualquer casta ou religião, terá entrada certa no céu da deusa Siva.
Nesta cidade, em 11 de setembro de 1853, nasceu uma menina, Ellen Lakshmi Goreh. Era da mais alta casta (Mahratta Brahmim). Sua mãe morreu quando tinha um ano e Ellen foi adotada. Depois, quando seu novo pai perdeu sua propriedade, Ellen foi acolhida pela família do Pastor W. T. Storrs. Neste lar ela se converteu. Viajou com eles para a Inglaterra, onde foi educada.
Em 1880, Ellen voltou à sua terra natal para um trabalho missionário entre as mulheres. Não foi fácil para esta senhora de alta casta. Houve muita oposição e dificuldades. Entretanto, seu caráter e vida espiritual brilharam como um farol entre o seu povo que vivia em tanta escuridão. Foi no meio dessas dificuldades e preconceitos que Ellen escreveu hinos de louvor e sobre a vida cristã: hinos que demonstravam de onde ela recebia a força para a sua vida e seu ministério.
O hino Comunhão Preciosa (Quão Preciosa são as Horas), foi ouvido pela primeira vez numa grande reunião missionária em Londres, em 1883. O hinista e publicador, George C. Stebbins, compôs a melodia. Desde o início, o hino tornou-se uma benção para os que cantavam. Pelo encorajamento da hinista Francis Havergal, Ellen publicou o hinário From Índia’s Coral Stand:Hymns of Cristians Faith (Da Costa de Coral da Índia:Hinos de Fé Cristã) naquele ano. Desta coleção, este é o hino que foi traduzido pelo missionário Myron August Clark em 1894. Passou a fazer parte de quase todos os hinários evangélicos do Brasil. Hoje, depois de mais de um século, continua a abençoar os nossos corações.
George Coles Stebbins (1846-1947), nascido e criado no Estado de Nova Iorque, estudou música em Bufflo e Rochester. Aos 23 anos, mudou-se para Chicago, onde associou-se a uma publicadora de música e tornou-se o diretor de música da Primeira Igreja Batista. Neste período fez amizade com os músicos evangélicos mais importantes da época: Root, Bliss, Palmer e Sankey. Depois de servir como diretor de música em duas outras grandes igrejas, no verão de 1876, Moody o convenceu a se unir a ele na obra de evangelismo. Associou-se a Moody e outros evangelistas proeminentes por 25 anos, viajando pelo mundo nas sua campanhas. Além do seu ministério de regente congregacional, Stebbins compôs centenas de hinos, e cooperou na compilação de numerosas coletâneas de gospel hymns (Hinos do Evangelho), em colaboração com Sankey e Mcgranahan.
O tradutor [da versão utilizada no hinário Cantor Cristão (nr. 151)], Myron August Clark, americano formado pela Faculdade MacAllister, veio para o Brasil em 1891, “a fim de fundar a Associação Cristã de Moços (ACM) o que logrou fazer dois anos mais tarde, em 1893, no Rio de Janeiro”.
Clark casou-se com a brasileira Francisca Pereira de Moraes. Dominando muito bem o português, tornou-se um incomparável interprete. Traduziu para o português vários livros religiosos e dois expressivos hinos que “refletem marcantes aspectos de sua personalidade: a plena e inabalável fé em Deus, a quem sempre buscou como orientador de sua realizações, e a completa submissão aos sues desígnios, aceitando sem vacilar os campos de trabalho que lhe eram propostos.”
Em 1915, Clark foi transferido para Portugal para organizar a ACM na Universidade de Coimbra. Mas estava transcorrendo a primeira Guerra Mundial. Contingentes de soldados portugueses estavam sendo enviados para a França, para participar na luta. Clark decidiu acompanha-los, para atendê-los moral e espiritualmente. Realizou um notável trabalho ali durante trinta meses de extenuante atividade. Depois de um período de descanso, do qual estava muito carente, nos Estados Unidos, Myron Clark voltou para o Brasil para continuar a obra que fundara. Infelizmente, faleceu no Rio de Janeiro em 16 de maio de 1920, dezessete dias após a sua chegada. Henriqueta Braga informa que Clark também faleceu dois dias antes de ser alcançado pela notícia de que o governo português lhe concedera o grau de cavaleiro da ordem de Cristo pelos serviços prestados àquele país.
Bibliografia: Braga, Henriqueta Rosa Fernandes, Obediência. Ultimato, Ano XV-Nº143, maio/jun. 1982 p. 21.
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