Noventa e Nove Ovelhas
Letra: Elizabeth Cecilia Clephane (1830-1869)
Título Original: The Ninety and Nine
Música: Ira David Sankey (1840-1908)
Texto Bíblico: Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre? E achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo; e chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim haverá maior alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (Lucas 15:4-7)
Acompanhe o hino no Youtube
1. Noventa e nove ovelhas há, seguras no curral,
Mas uma longe se afastou do aprisco pastoral;
A errar nos montes de terror, distante do fiel Pastor,
Distante do fiel Pastor.
Mas uma longe se afastou do aprisco pastoral;
A errar nos montes de terror, distante do fiel Pastor,
Distante do fiel Pastor.
2. “Com tantas outras, bom Pastor, não Te contestarás?”
“A errante é Minha”, replicou, “pertence-Me a fugaz.
Vou ao deserto procurar a ovelha que ouço em dor balar,
A ovelha que ouço em dor balar.”
“A errante é Minha”, replicou, “pertence-Me a fugaz.
Vou ao deserto procurar a ovelha que ouço em dor balar,
A ovelha que ouço em dor balar.”
3. Nenhum remido imaginou quão negra escuridão,
Quão fundas águas que passou, trazendo a salvação.
E quando foi pra socorrer, a errante estava a perecer,
A errante estava a perecer.
Quão fundas águas que passou, trazendo a salvação.
E quando foi pra socorrer, a errante estava a perecer,
A errante estava a perecer.
4. “Por toda a estrada donde vens, que sangue enxergo ali?”
“Busquei a ovelha com dolor, o sangue Meu verti.”
“Ferida vejo a tua mão.” “A angústia encheu-Me o coração,
A angústia encheu-Me o coração.”
“Busquei a ovelha com dolor, o sangue Meu verti.”
“Ferida vejo a tua mão.” “A angústia encheu-Me o coração,
A angústia encheu-Me o coração.”
5. Vêm de montanha aclamações! É a voz do bom Pastor!
Ressoa em notas triunfais o salmo vencedor!
E os anjos cantam lá nos Céus: “A errante já voltou a Deus,
A errante já voltou a Deus!”
Ressoa em notas triunfais o salmo vencedor!
E os anjos cantam lá nos Céus: “A errante já voltou a Deus,
A errante já voltou a Deus!”
Veja a história deste hino
A respeito deste cântico tem-se dito: “Apenas no último grande dia se conhecerá quantas ovelhas perdidas tem sido trazidas a Jesus por seu intermédio.” Verdadeiramente, “Noventa e Nove Ovelhas,” merece a frase: “Um milagre em música.”
Ira David Sankey nasceu a 28 de agosto de 1840 em Edinburg, Pennsylvania.
Enquanto jovem, Sankey serviu na Guerra Civil Americana. Com freqüência, ajudava a unidade de Capelania e dirigia seus companheiros soldados no cântico de hinos. Depois da guerra, foi trabalhar com o Internal Revenue Service, e também Associação Cristã de Moços (YMCA). Tornou-se conhecido como cantor evangelístico e, eventualmente, chamou a atenção do evangelista Dwight Lyman Moody. Os dois encontraram-se em uma convenção da YMCA em Indianapolis, Indiana, em junho de 1870. Alguns meses mais tarde, Sankey assistiu à sua primeira reunião evangelística com Moody, e demitiu-se de seu trabalho como funcionário público logo em seguida.
Em outubro de 1871, Sankey e Moody estavam no meio de uma reunião de reavivamento, quando o iniciou-se Grando Incêndio de Chicago. Os dois homens escaparam por pouco da tragédia que se seguiu. Sankey observou a cidade queimar de dentro de um barco a remos, ao largo do Lago Michigan.
Sankey compôs mais de 1.200 cânticos durante a sua vida. Ele ficou cego, por causa de glaucoma, nos últimos cinco anos de sua vida e, sem dúvida, encontrou ânimo para seu espírito em sua amiga e parceira, a escritora de hinos cega Fanny Crosby. Sankey morreu em 13 de agosto de 1908.
Ira D. Sankey foi o inseparável companheiro de D. L. Moody nas grandes excursões evangelísticas através dos Estados Unidos e em terras estrangeiras. Foi enquanto Moody e Sankey estavam viajando de Glasgow, Escócia, para Edimburgo que Sankey descobriu as palavras para este cântico num jornal que havia comprado justamente antes de tomar o trem.
Sankey conta que ficou tão ‘impressionado com estas palavras que as recortou do jornal e tentou cativar a atenção do Sr. Moody, lendo-as para ele. Moody, no entanto, estava tão compenetrado na leitura de sua correspondência, que nem notou a maneira comovente que Sankey lia.
Sankey continua a contar:
“Na reunião da tarde, no segundo dia, (em Edimburgo), realizada no Free Assembly Hall, o assunto apresentado pelo Sr. Moody e outros oradores foi ‘O Bom Pastor’. Quando o Sr. Moody terminou de falar, chamou o Dr. Bonar para dizer algumas palavras… Em conclusão às palavras do Dr. Bonar o Sr. Moody voltou-se para mim com a pergunta: – ‘Tem você um solo apropriado para este assunto?’ Eu não tinha nada apropriado em mente, e estava muito preocupado, sem saber o que fazer… Neste momento pareceu-me ouvir uma voz dizendo: ‘use o cântico que você encontrou no trem!’ Pensei que isso seria impossível, pois, nenhuma música havia sido escrita para ele. Novamente a impressão veio sobre mim de que deveria cantar as belas e apropriadas palavras que havia encontrado no dia anterior, e colocando o pequeno pedaço de jornal no órgão, diante de mim, elevei minha mente em oração, pedindo a Deus que me ajudasse a cantar para que o povo pudesse ouvir e entender. Pondo minhas mãos no órgão toquei no tom de lá bemol e comecei a cantar.
Nota por nota, a melodia foi tirada, e não foi mudada daquele dia até hoje. Quando o cântico cessou, um grande suspiro pareceu vir da assistência e percebi que o cântico havia alcançado os corações do auditório escocês.”
Pouco tempo depois, o Sr. Sankey recebeu uma carta de uma senhora que havia assistido a reunião, informando-lhe que as palavras haviam sido escritas por sua irmã falecida, Elizabeth C. Clephane. Um hinologista mencionou que as palavras foram escritas para o irmão perdido da Srtª Clephane, que morreu bêbado no Canadá.
Hoje, “Noventa e Nove Ovelhas” é ainda usado por Deus na conquista de muitos corações. Sua mensagem profundamente espiritual e seu ensino escriturístico perfeito, tem-no tornado apreciado pelos cristãos do mundo todo.
Fonte: Histórias de Hinos e Autores – CMA – Conservatório Musical Adventista
Muito interessante é a história deste hino. Escrito inicialmente (1868) em forma de poesia, para uma pessoa amiga e sendo publicado depois em uma revista, tornou-se um dos hinos bem conhecidos em todo o mundo cristão.
Sua autora foi a Sra. Elizabeth C. D. Clephane, nascida em Edimburgo, Escócia, a 18 de junho de 1830 e falecida em 1869. Elizabeth era muito tímida e quieta, mas muito inteligente e amante dos livros. Um dos seus prediletos era a poesia, daí escrever várias, entre ela está a que nos referimos. Perdeu seus pais quando ainda era menina, mas nos estudos tinha sempre boas notas e era quase sempre a primeira da classe. Mas como foi que essa poesia se tornou um hino tão favorito de hoje?
Foi assim: no ano de 1874 o famoso evangelista Dwihgt L. Moody estava fazendo uma campanha de evangelização na Escócia, acompanhado do compositor e cantor sacro Sr. Ira David Sankey (1840 – 1908). Na viagem de trem, de Glasgow para Edimburgo, Sankey lia um jornal, no qual achava-se esta poesia, publicada num dos cantos da página do jornal. Deixemos que ele mesmo nos conte que sentiu:
“Fiquei tão impressionado que chamei a atenção do Sr. Moody para esta poesia. Ele pediu que eu a lesse, o que fiz com toda a energia que possuía. Ao terminar, olhei para o meu amigo Moody para ver a reação que a poesia tivera sobre ele, mas verifiquei que ele não ouviu uma palavra sequer, tão preso estava à leitura de uma carta que havia recebido dos Estados Unidos.”
Apesar dessa experiência meio desagradável, Sankey recortou a poesia do jornal e colocou-a dentro de um livro.
No segundo dia das conferências em Edimburgo o Sr. Moody falou sobre o assunto “O Bom Pastor”. Pediu depois que um certo Dr. Bonnar dirigisse algumas palavras, o qual comoveu aos ouvintes com uma breve mensagem de apenas alguns minutos. Ao final de suas palavras, Moody olhou para Sankey e perguntou: “Você tem um solo apropriado para este assunto, com o qual possamos encerrar a reunião?”
Sankey ficou perplexo! Pensou imediatamente no Salmo 23, mas desistiu, porque esse hino já havia sido cantado várias vezes, durante as conferências. De repente, Sankey ouviu uma voz dentro de si, dizendo: “Cante aquela poesia que você achou no trem”. Mais uma vez queremos citar suas próprias palavras, descrevendo essa situação:
“Eu, porém, pensei que isso seria impossível porque nenhuma música havia sido escrita antes, para esta poesia. Mas essa impressão veio mais uma vez a minha mente. Eu devia cantar aquelas belas e oportunas palavras, que havia encontrado anteontem. Colocando a poesia sobre o órgão, à minha frente, levantei o meu coração em oração a Deus, pedindo-Lhe que me ajude a fim de que o povo pudesse me ouvir e entender. Deixando as minhas mãos caírem sobre o teclado, toquei o acorde de lá bemol e comecei a cantar. Nora por nota, a melodia foi dada, e até hoje nunca foi alterada”.
Quando Sankey, terminou de cantar, pela primeira vez, esta poesia para a qual compôs esta música, verificou logo que havia alcançado pleno êxito. O Sr. Moody, com os olhos marejados com lágrimas, veio todo comovido e viu ainda o pedaço de jornal do qual acabara de cantar. “Sankey, onde você achou este hino? Nunca vi coisa semelhante em minha vida”. Sankey, também muito comovido, respondeu: “Sr. Moody, este é o hino que li para o senhor, ontem, no trem, mas o senhor não ouviu”.
E assim nasceu um dos grandes hinos missionários, que consta em quase todos os hinários evangélicos.
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