Amor Glorioso - Hinário Adventista do Sétimo Dia – Nr. 113

Amor Glorioso

Letra: William Spencer Walton (1850-1906)
Título Original: In Tenderness He Sought Me
Música: Adoniram Judson Gordon (1836-1895)
Texto Bíblico: De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí. (Jeremias 31:3)

Acompanhe o hino no Youtube

1. Buscou-me com ternura Jesus, o bom Pastor.
    Achou-me na miséria, salvou-me com amor.
    No Céu os anjos, em canção,
    Mostraram sua aprovação.
Coro:
    Oh! que amor glorioso!
    Preço tão grandioso
    Que Jesus por mim na cruz pagou!
    Graça sem igual me resgatou!
2. Ferido, abandonado, Jesus me socorreu,
    E segredou-me: “Achei-te; de agora em diante és Meu”.
    Tão meiga voz jamais ouvi!
    Prazer maior jamais senti!
3. Jesus mostrou-me as chagas que em meu lugar sofreu;
    Coroa, mas de espinhos, a cruz que padeceu.
    Que pôde em mim Jesus achar,
    Pra tais afrontas suportar?
4. Enquanto as horas passam, eu vivo em doce paz,
    E aguardo o meu bom Mestre, que tão feliz me faz!
    A mim Jesus virá buscar,
    E então com Ele irei morar.




Veja a história deste hino 


Este hino , um dos prediletos dos evangélicos brasileiros, sobre o imenso amor de Cristo, foi escrito por W. Spencer Walton. Apareceu em The Coronation Hymnal (O Hinário da Coroação) de 1894, editado pelo compositor da melodia, Adoniram J. Gordon, e Arthur T. Pierson, ambos os líderes importantes entre os batistas do nordeste dos Estados Unidos. Foi publicado pela sociedade Publicadora Batista Americana de Filadélfia, Estado de Pensilvânia.
W. Spencer Walton (1850-1906) é conhecido na hinodia somente por este hino. Aparentemente, foi associado do Dr. A. J. Gordon na obra batista do Nordeste dos Estados Unidos. Não há maiores informações sobre ele.
O compositor, Adoniram Judson Gordon deu à melodia o nome de CLARENDON, em homenagem á igreja Batista da Rua Clarendon, da cidade de Boston, Estado de Massachusetts, da qual foi pastor por muitos anos. (ver dados do compositor no H.A. 290)
De acordo com Rolando de Nassau, Salomão Luiz Ginsburg traduziu este hino em 1914, e incluiu-o no “souvenir” da Assembléia da Convenção Batista brasileira realizada no mesmo ano no Rio de Janeiro, RJ. Publicou-o no suplemento do Cantor Cristão de 1918. Podemos imaginar aquele corajoso servo de Deus numa praça de uma cidade ainda não evangelizada, sentado ao seu pequeno harmônio, cantando com sua bela voz. Podemos imaginar a multidão a começar a rodear este intrépido pregador, muitos ficando para ouvir o seu sermão, comprando suas Bíblias, e os resultados eternos daquele encontro. Somente quando estivermos com Cristo, conheceremos o valor eterno deste simples hino de gratidão pelo amado Salvador que nos buscou.
Salomão Luis Ginsburg, de origem judaica, filho de um rabino, nasceu próximo a Suwalki, Polônia, em 6 de agosto de 1867. Dos 6 aos 14 anos, viveu em Koenigsberg, Alemanha, na casa de um tio materno, onde recebeu educação aprimorada. Quando voltou para casa, não concordou com a orientação paterna, pois este queria que ele se tornasse rabino e se casasse com uma jovem de 12 anos. Resolveu fugir. Foi para Londres e lá se converteu a Cristo. Começou a sofrer perseguições. Expulso da casa de outro tio com quem morava, foi deserdado e considerado morto pela família.
Depois de vagar pelas ruas de Londres, Ginsburg foi convidado para o “Abrigo dos Judeus Convertidos”, permanecendo ali por três anos. Manifestando o desejo de pregar, estudou mais três anos na Escola de Treinamento Missionário Regions Beyond, em Londres. Teve grande alegria em compartilhar a sua fé, mesmo em face de perseguição. Numa ocasião foi terrivelmente espancado e deixado como morto num barril de lixo.
Sentindo-se chamado para obra missionária, Ginsburg foi convidado por Sarah Kalley para vir ao Brasil. No caminho, passou seis meses em Portugal para estudar a língua; passagem encurtada pela sua publicação de panfletos apologéticos que causaram furor em altos círculos eclesiásticos do país. Como Paulo em Damasco, seus irmãos tiveram de mandá-lo fora do lugar antes que algo drástico acontecesse com ele.
Chegando ao Rio de Janeiro em 1890, Salomão Ginsburg filiou-se à Igreja Evangélica Fluminense. Dirigia uma congregação da igreja e se sustentava vendendo Bíblias. Em novembro de 1891, depois de estudar a fundo o que a Bíblia dizia sobre o Batismo, foi batizado por imersão na Primeira Igreja Batista da Bahia, por Dr. Z. C. Taylor. Logo depois foi ordenado como pastor . Em 1892, foi comissionado missionário da Junta de Richmond.
Ginsburg pastoreou a Primeira Igreja Batista do Recife, PE, Bahia [e também em] Campos e Niterói, RJ, além de trabalhar em Mato Grosso e Goiás, sempre evangelizando, sempre implantado igrejas. Por amor a Cristo, sofreu perseguições e prisões, mas nunca desfaleceu.
Ginsburg casou-se com Carrie Bishop, que fora instrumento na sua chamada missionária, mas, após 4 meses de casados, ela faleceu na Bahia, vitima de febre amarela. Em segundas núpcias, casou-se com Emma Morton, missionária da Junta de Richmond. Tiveram sete filhos.
Salomão Ginsburg fundou o Seminário Teológico Batista do Norte, foi secretário-cerrespondente-tesoureiro da Junta de Missões Nacionais e interessou-se pela evangelização dos índios. Colaborou com vários jornais evangélicos e escreveu em periódicos seculares. Foi também colportor, vendendo Bíblias em várias cidades do Brasil.
Nos trabalhos de evangelização ao ar livre, Ginsburg usava um harmônio e seu grande talento musical. Escreveu muitos hinos belos e espirituais. O primeiro hino que traduziu foi Chuvas de Bênçãos, enquanto esperava para desembarcar pela primeira vez no Brasil. Depois de mudar-se para Recife, PE, publicou, em 1891, um hinário com 16 hinos, que chamou de O Cantor Cristão. Nos anos seguintes, continuou a adicionar hinos seus e de outros hinistas, até que, na 11ª edição constavam 106 hinos de sua autoria. O Pastor Manuel Avelino de Souza o chamou de “O Davi dos batistas brasileiros” cujos hinos são “verdadeiras mensagens e belas experiências cristãs, e (…) estão profundamente arraigados na alma dos crentes”.
Bibliografia:
Souza, Manuel Avelino, In: Ginsburg, Salomão l. , Um Judeu Errante no Brasil, Trad, Manuel Avelino de Souza, 2ª Edição, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), 1970, p248-249.
Nassau, Rolando de, Os Hinos de Salomão Ginsburg no HCC-IV Rio de Janeiro, O Jornal Batista, Nº31-ANOLXXXI, 2 de agosto, 1981, p. 2.

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