Regime dietético nos sanatórios - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
16 - Regime dietético nos sanatórios
Capítulo 17— A dietética como remédio racional
Agentes terapêuticos da natureza
450. É importante familiarizar-nos com o benefício do regime
em caso de doença. Todos devem compreender o que fazer por si
mesmos.—Manuscrito 86, 1897.
451. Há muitos modos de praticar a arte de curar; mas um só
existe aprovado pelo Céu. Os remédios de Deus são os simples
agentes da Natureza, que não sobrecarregarão nem enfraquecerão o
organismo mediante suas fortes propriedades. Ar puro e água, asseio,
regime adequado, pureza de vida e firme confiança em Deus, são
remédios por cuja falta milhares de pessoas estão perecendo; todavia
esses remédios estão caindo em desuso, porque seu hábil emprego
requer trabalho que o povo não aprecia. Ar puro, exercício, água
pura, e morada limpa e aprazível, acham-se ao alcance de todos,
com apenas pouca despesa; as drogas, porém, são dispendiosas,
tanto no gasto do dinheiro, como no efeito produzido no organismo.
— Testimonies for the Church 5:443 (1885); Testemunhos Selectos
2:142, 143.
452. Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime
conveniente, uso de água e confiança no poder divino — eis os
verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimento dos
meios terapêuticos naturais, e da maneira de os aplicar. É essencial,
tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do
doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente
este conhecimento. O uso dos remédios naturais requer
certo cuidado e esforço que muitos não estão dispostos a exercer. O
processo da natureza para curar e construir, é gradual, e isso parece
vagaroso ao impaciente. Demanda sacrifício e abandono das nocivas
condescendências. Mas no fim se verificará que a natureza, não
sendo estorvada, faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que
perseveram na obediência a suas leis, ceifarão galardão em saúde de
[302] corpo e de alma. —A Ciência do Bom Viver, 127 (1905).
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453. Os médicos aconselham muitas vezes os inválidos a viajar
para o estrangeiro, a ir a alguma fonte d’água mineral, ou a atravessar
o oceano a fim de readquirir a saúde; quando, em nove casos de
dez, se essas pessoas comessem com temperança e se empenhassem
em exercício saudável com espírito animoso, restaurar-se-iam e
economizariam tempo e dinheiro. Exercício, e farto, abundante uso
do ar livre e da luz solar — bênçãos por Deus a todos outorgadas
— dariam em muitos casos vida e vigor aos macilentos inválidos.
— Christian Temperance and Bible Hygiene, 160 (1890).
Algumas coisas que podemos fazer por nós mesmos
454. Quanto ao que podemos fazer por nós mesmos, um ponto
há que exige consideração cuidadosa e refletida.
Preciso conhecer-me a mim mesma, preciso ser sempre uma
aluna quanto a cuidar dessa construção — o corpo que Deus me
deu—para que o possa conservar nas melhores condições de saúde.
Preciso comer aquilo que seja para meu máximo bem físico, e tomar
especial cuidado em que meu vestuário seja de molde a promover
saudável circulação do sangue. Preciso não me privar de exercício e
de ar. Preciso tomar tanta luz solar quanto me seja possível. Preciso
ter sabedoria para ser fiel guardiã de meu corpo.
Eu faria uma coisa muito imprudente se entrasse em um aposento
fresco estando suada; mostrar-me-ia desavisada despenseira
se me permitisse sentar em uma corrente de ar, expondo-me assim
a um resfriado. Seria falta de prudência se me sentasse com pés
e membros frios, fazendo assim com que o sangue refluísse das
extremidades para o cérebro e os órgãos internos. Devo proteger
sempre meus pés no tempo úmido. Comeria regularmente da comida
mais saudável, que promovesse a melhor qualidade de sangue, e não
trabalharia intemperantemente, estando em meu poder evitá-lo. E
quando transgrido as leis que Deus estabeleceu em meu ser, devo
arrepender-me e reformar-me, pondo-me nas mais favoráveis condições
sob o cuidado dos médicos providos por Deus — ar puro, pura
água, e o precioso Sol medicinal. [303]
A água pode ser empregada de muitas maneiras para aliviar o sofrimento.
Goles d’água pura e quente tomados antes de comer (cerca
de meio litro), não farão absolutamente mal, antes serão benéficos.
— Carta 35, 1890.
Fé e comer e beber corretamente
455. Façam os que se acham doentes tudo ao seu alcance, mediante
hábitos corretos no comer, beber e vestir, e fazendo exercício
judicioso, para assegurar a recuperação da saúde. Sejam os pacientes
que chegam a nossos sanatórios ensinados a cooperar com Deus
no buscar a saúde. “Vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.”
Deus fez nervos e músculos a fim de serem usados. É a inação do
maquinismo humano que traz sofrimento e doença.—Carta 5, 1904.
456. Os que tratam os doentes devem agir em sua importante
obra, com forte confiança em Deus de que Suas bênçãos acompanhem
os meios por Ele graciosamente providos, e para os quais
em misericórdia nos chamou a atenção como um povo, isto é, o ar
puro, o asseio, o saudável regime alimentar, os devidos períodos de
trabalho e de repouso, e o emprego da água. — Testimonies for the
Church 1:561 (1867); Testemunhos Selectos 1:216.
Remédios racionais nos sanatórios
457. A luz que me foi comunicada é que devia ser estabelecido
um sanatório, e que nele devia ser rejeitada a medicação de drogas,
sendo empregados métodos simples e racionais de cura das doenças.
Nessa instituição o povo devia ser ensinado quanto à maneira de vestir,
respirar e comer devidamente — de prevenir a doença mediante
hábitos apropriados de viver. — Carta 79, 1905.
458. Advogamos em nossos sanatórios o emprego de remédios
simples. Desaconselhamos o uso de drogas, pois estas envenenam
a corrente sanguínea. Nessas instituições devem ser ministradas
judiciosas instruções quanto à maneira de comer, de beber, de vestir
e viver de tal modo que se conserve a saúde. — Manuscrito 49,
[304] 1908.
459. A questão da reforma de saúde não é agitada como precisa e
há de ser. Um regime simples e inteira ausência de drogas, deixando
a natureza livre para recuperar as energias gastas do organismo,
tornaria nossos sanatórios muito mais eficazes em restaurar a saúde
dos doentes.— Carta 73a, 1896.
Um regime medicinal
460. Condescender em comer com demasiada freqüência e quantidade
exagerada, sobrecarrega os órgãos digestivos e produz um
estado febril do organismo. O sangue torna-se impuro, ocorrendo
então doenças de várias espécies. Manda-se buscar um médico, que
receita alguma droga que dá alívio temporário, mas que não cura
a doença. Pode mudar sua forma, porém o mal real aumenta dez
vezes. A natureza estava fazendo o melhor que podia para livrar o
organismo de um acúmulo de impurezas, e fosse ela deixada a si
mesma, auxiliada pelas bênçãos comuns do Céu, tais como ar puro
e água pura, ter-se-ia efetuado uma cura rápida e segura.
Os sofredores, nesses casos, podem fazer por si mesmos o que
outros não podem fazer tão bem por eles. Devem começar por aliviar
a natureza da carga que lhe têm imposto. Devem remover a
causa. Jejuem por pouco tempo e dêem ao estômago oportunidade
para descansar. Reduzam o estado febril do organismo, mediante
cuidadosa e inteligente aplicação de água. Esses esforços ajudarão a
natureza em sua luta por livrar o organismo de impurezas. Mas em
geral as pessoas que sofrem dores tornam-se impacientes. Não estão
dispostas a submeter-se à renúncia e a suportar um pouco de fome.
...
O uso de água pouco faz, se o doente não sente a necessidade de
também cuidar rigorosamente de seu regime alimentar.
Muitos vivem em violação das leis da saúde, ignorando a relação
que têm para com sua saúde os hábitos de comer, beber e trabalhar.
Não despertam para reconhecer sua real condição, até que a natureza
protesta contra os abusos que sofre, por meio de dores e incômodos
do organismo. Se, mesmo então, os sofredores tão-só começassem a [305]
obra da maneira certa, recorrendo aos meios simples que negligenciaram—
o emprego de água e o regime apropriado—a natureza
teria exatamente o auxílio que requer, e que devia ter recebido muito
tempo antes. Se for seguido esse procedimento, o doente em geral
se recuperará sem se debilitar. — Spiritual Gifts 4:133-135 (1864).
461. A intemperança no comer é muitas vezes a causa da doença,
e o que a natureza precisa mais é ser aliviada da indevida carga que
lhe foi imposta. Em muitos casos de moléstia, o melhor remédio é o
paciente jejuar por uma ou duas refeições, a fim de que os sobrecarregados
órgãos digestivos tenham ensejo de descansar. Um regime de
frutas por alguns dias tem muitas vezes produzido grande benefício
aos que trabalham com o cérebro. Muitas vezes um breve período
de inteira abstinência de comida, seguido de alimento simples e
moderadamente tomado, tem levado à cura por meio dos próprios
esforços recuperadores da natureza. Um regime de abstinência por
um ou dois meses, havia de convencer a muitos sofredores que a
vereda da abnegação é o caminho para a saúde. — A Ciência do
Bom Viver, 235 (1905).
Estrita temperança é remédio contra a doença
462. Quando um médico vê um doente sofrendo por moléstia
ocasionada por regime alimentar impróprio, ou outros hábitos errôneos,
e todavia deixa de dizer-lhe isto, está fazendo um mal a seu
semelhante. Ébrios, maníacos, os que se entregam à licenciosidade,
todos apelam ao médico para que lhes declare positiva e claramente
que o sofrimento é resultado do pecado. Os que compreendem os
princípios da vida deviam ser zelosos em lutar para combater as
causas das moléstias. Vendo o contínuo conflito com a dor, trabalhando
constantemente para aliviar o sofrimento, como pode o
médico manter-se em silêncio? É ele benévolo e misericordioso se
não ensina a estrita temperança como o remédio contra a doença?
— A Ciência do Bom Viver, 114 (1905).
É necessário o melhor alimento
463. Os médicos devem velar em oração, compreendendo que
[306] ocupam posição de grande responsabilidade. Devem prescrever para
seus pacientes alimento mais apropriado para eles. Essa comida deve
ser preparada por alguém que compreenda que ocupa importantíssima
posição, visto ser exigido bom alimento para formar-se bom
sangue.— Manuscrito 93, 1901.
[Azeitonas como laxativo—614 e 615]
[Valor terapêutico dos ovos—628, 629 e 631]
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