O jejum - Conselhos Sobre o Regime Alimentar

O jejum - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
O jejum - Conselhos Sobre o Regime Alimentar

O jejum

A vitória de Cristo mediante a negação do apetite

295. Para Cristo, como para o santo par no Éden, foi o apetite o terreno da primeira grande tentação. Exatamente onde começara a ruína, deveria começar a obra de nossa redenção. Como, pela condescendência com o apetite, caíra Adão, assim, pela negação do mesmo, devia Cristo vencer. “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; e, chegando-se a Ele o tentador, disse: se Tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” Do tempo de Adão ao de Cristo, a condescendência própria havia aumentado o poder dos apetites e paixões, tendo eles domínio quase ilimitado. Os homens se haviam aviltado e ficado doentes, sendolhes, de si mesmos, impossível vencer. Cristo venceu em favor do homem, pela resistência à severíssima prova. Exercitou, por amor de nós, um autodomínio mais forte que a fome e a morte. E nessa primeira vitória estavam envolvidos outros resultados que entram em todos os nossos conflitos com o poder das trevas. Quando Jesus chegou ao deserto, estava rodeado da glória do Pai. Absorto em comunhão com Deus, foi erguido acima da fraqueza humana. Mas a glória afastou-se, e Ele foi deixado a lutar com a tentação. Ela O apertava a todo o instante. Sua natureza humana recuava do conflito que O aguardava. Durante quarenta dias, jejuou e orou. Fraco e emagrecido pela fome, macilento e extenuado pela angústia mental, “o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que de outro qualquer, e Sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens”. Era então a oportunidade de Satanás. Julgou poder agora vencer a Cristo.—O Desejado de Todas as Nações, 117, 118 (1898). [186] 296. Cristo Se submeteu à prova na questão do apetite, e por quase seis semanas resistiu à tentação em favor do homem. Este longo jejum no deserto destinava-se a ser uma lição ao homem caído, através de todos os tempos. Cristo não foi vencido pelas fortes tentações do inimigo, e isto é uma animação para toda alma que luta contra a tentação. Cristo tornou possível, a qualquer membro da família humana, resistir à tentação. Todos os que querem viver vida piedosa podem vencer, como Cristo venceu, pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra de seu testemunho. Aquele longo jejum do Salvador fortaleceu-O para resistir. Deu Ele prova ao homem de que começaria a obra de vencer justamente onde começou a ruína — na questão do apetite.—Carta 158, 1909. 297. Quando Cristo Se via mais tenazmente assaltado pela tentação, não comia nada. Confiava-Se a Deus, e mediante fervorosa oração e perfeita submissão à vontade de Seu Pai, saía vencedor. Os que professam a verdade para estes últimos dias, acima de todas as outras classes de professos cristãos, devem imitar o grande Modelo na oração. — Testimonies for the Church 2:202, 203 (1869); Testemunhos Selectos 1:221. 298. O Redentor do mundo sabia que a condescendência com o apetite traria debilidade física, adormecendo órgãos perceptivos de maneira que se não discerniriam as coisas sagradas e eternas. Cristo sabia que o mundo estava entregue à glutonaria, e que isto perverteria as faculdades morais. Se a condescendência com o apetite era tão forte sobre a raça humana que, para derribar-lhe o poder, foi exigido do divino Filho de Deus que jejuasse por cerca de seis semanas, em favor do homem, que obra se acha diante do cristão a fim de ele poder vencer da maneira por que Cristo venceu! A força da tentação para satisfazer o apetite pervertido só pode ser avaliada em face da inexprimível agonia de Cristo naquele prolongado jejum no deserto. — Testimonies for the Church 3:486 (1875); Testemunhos Selectos [187] 1:415.

Como preparo para o estudo das escrituras

299. Há nas Escrituras algumas coisas difíceis de entender e que segundo diz Pedro, os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição. Não podemos explicar nesta vida o sentido de toda passagem das Escrituras; não há, porém, pontos vitais de verdade prática, que fiquem envoltos em mistério. Ao chegar, na providência de Deus, o tempo de o mundo ser provado quanto à verdade para aquele tempo, mentes serão despertadas pelo Seu Espírito para pesquisarem as Escrituras, mesmo com jejum e oração, até que se descubra elo após elo, e estes sejam ligados em perfeita cadeia. Todo fato que tem que ver de perto com a salvação de almas, será tornado tão claro, que ninguém precisa errar, ou andar em trevas. — Testimonies for the Church 2:692 (1870); Testemunhos Selectos 1:286. 300. Pontos difíceis da verdade presente têm sido compreendidos pelos fervorosos esforços de uns poucos que eram dedicados à obra. Jejum e fervente oração a Deus têm levado o Senhor a abrir-lhes ao entendimento os Seus tesouros de verdade.—Testimonies for the Church 2:650, 651 (1870). 301. Os que sinceramente desejam a verdade não serão relutantes em franquear à investigação e crítica as suas posições, e não se aborrecerão se suas opiniões e idéias forem contraditas. Este foi o espírito acariciado entre nós quarenta anos atrás. Reuníamo-nos com a alma opressa, orando para que fôssemos unidos na fé e na doutrina; pois sabíamos que Cristo não é dividido. Um ponto de cada vez, era tomado como assunto de investigação. A solenidade caracterizava esses concílios de investigação. As Escrituras eram abertas com uma intuição de reverência. Muitas vezes jejuávamos, a fim de que estivéssemos mais habilitados a compreender a verdade. —The Review and Herald, 26 de Julho de 1892; Vida e Ensinos, 47. Quando é necessário auxílio divino especial 302. Para certas ocasiões, o jejum e oração são recomendáveis e apropriados. Na mão de Deus são o meio de purificar o coração e [188] promover uma disposição de espírito receptiva. Obtemos resposta às nossas orações porque humilhamos nossa alma perante Deus. — Carta 73, 1896. 303. É desígnio de Deus que os que têm responsabilidades se reúnam muitas vezes, para aconselharem-se mutuamente e orarem fervorosamente, pedindo aquela sabedoria que unicamente Ele pode comunicar. Unidos, fazei conhecidas a Deus vossas dificuldades. Falai menos; muito tempo precioso se perde em conversas que não trazem luz. Unam-se irmãos em jejum e oração, pedindo a sabedoria que Deus prometeu suprir liberalmente. — Obreiros Evangélicos, (velha edição), 236 (1892). 304. Sempre que seja necessário para o progresso da causa da verdade e para a glória de Deus, que se tenha que defrontar um oponente, quão cuidadosamente, e com que humildade, devem eles [os defensores da verdade] entrar na luta. Com esquadrinhação do coração, confissão de pecado, e fervorosa oração, e muitas vezes jejuando por algum tempo, devem suplicar a Deus que os ajude especialmente e conceda a Sua salvadora e preciosa mensagem uma vitória gloriosa, a fim de que o erro apareça em sua verdadeira deformidade, e seus defensores sejam completamente desbaratados. — Testimonies for the Church 1:624 (1867). [O jejum do Salvador, uma lição para nós, os que vivemos em tempos perigosos—238]

O verdadeiro jejum

305. O verdadeiro jejum, que deve ser recomendado a todos, é a abstinência de qualquer espécie estimulante de alimento, e o uso apropriado de alimento saudável e simples, que Deus proveu em abundância. Precisam os homens pensar menos acerca do que hão de comer e beber de alimento temporal, e muito mais acerca do alimento do Céu, que dará tono e vitalidade à experiência religiosa toda.— Carta 73, 1896; Medicina e Salvação, 283. 306. Agora e daqui por diante até ao fim do tempo, deve o povo de Deus ser mais fervoroso, mais desperto, não confiando em sua própria sabedoria, mas na sabedoria de seu Líder. Devem pôr de [189] parte dias de jejum e oração. Pode não ser requerida a completa abstinência de alimento, mas devem comer moderadamente, do alimento mais simples. — The Review and Herald, 11 de Fevereiro de 1904. 307. Todo o jejuar do mundo não substituirá a simples confiança na Palavra de Deus. “Pedi”, diz Ele, “e recebereis.”... Não sois chamados a jejuar quarenta dias. O Senhor suportou esse jejum por vós, no deserto da tentação. Não haveria virtude em semelhante jejum; há, porém, virtude no sangue de Cristo.—Carta 206, 1908. O jejum 167 308. O espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que rende a Deus mente, coração e vontade.— Manuscrito 28, 1900.

Como remédio para a doença

309. A intemperança no comer é muitas vezes a causa da doença, e o que a natureza precisa mais é ser aliviada da indevida carga que lhe foi imposta. Em muitos casos de moléstia, o melhor remédio é o paciente jejuar por uma ou duas refeições, a fim de que os sobrecarregados órgãos digestivos tenham ensejo de descansar. Um regime de frutas por alguns dias tem muitas vezes produzido grande benefício aos que trabalham com o cérebro. Muitas vezes um breve período de inteira abstinência de comida, seguido de alimento simples e moderadamente tomado, tem levado à cura por meio dos próprios esforços recuperadores da natureza. Um regime de abstinência por um ou dois meses, havia de convencer a muitos sofredores que a vereda da abnegação é o caminho para a saúde. — A Ciência do Bom Viver, 235 (1905). 310. Alguns há que seriam mais beneficiados pela abstinência de alimento por um dia ou dois cada semana, do que por qualquer quantidade de tratamento ou conselho médico. Jejuar um dia por semana ser-lhes-ia de incalculável benefício. — Testimonies for the Church 7:134 (1902). 311. Condescender em comer com demasiada freqüência, e em quantidade demasiado grande, sobrecarrega os órgãos digestivos e produz um estado febril do organismo. O sangue torna-se impuro, e então ocorrem doenças de várias espécies. ... [190] Os sofredores, nestes casos, podem fazer por si mesmos o que os outros não podem por eles fazer tão bem. Devem começar por aliviar a natureza da carga que lhe impuseram. Devem remover a causa. Jejuar por breve tempo, dando ao estômago oportunidade para descansar. Reduzir o estado febril do organismo por cuidadosa e inteligente aplicação de água. Esses esforços ajudarão a natureza em sua luta por livrar o organismo de impurezas. — Spiritual Gifts 4:133, 134 (1864). 312. As pessoas que condescenderam com o apetite para comer livremente carne, molhos altamente temperados, e várias espécies de substanciosos bolos e conservas, não podem imediatamente ter prazer num regime simples, saudável e nutritivo. Seu paladar está tão pervertido que não têm apetite para um regime saudável de frutas, pão simples e verduras. Não devem esperar que logo de início tenham prazer em alimento tão diferente daquele com que têm estado condescendendo. Se não podem, a princípio, ter prazer em alimento simples, devem jejuar até que o possam. Esse jejum se lhes demonstrará de maior benefício do que remédios, pois o abusado estômago encontrará o descanso de que há muito vinha necessitando, e a verdadeira fome pode ser satisfeita com um regime simples. Levará tempo para o paladar recuperar-se dos abusos que recebeu, e voltar ao seu tom natural. Mas a perseverança no procedimento de negação própria quanto a comer e beber logo tornará saboroso o alimento saudável, e logo será tomado com maior satisfação do que o gastrônomo sente com suas ricas iguarias.—Spiritual Gifts 4:130, 131; Conselhos Sobre Saúde, 148 (1864).

Guardai-vos da abstinência debilitadora

313. Em casos de febre alta, a abstinência de alimento por breve tempo, diminuirá a febre, e tornará mais eficaz o emprego de água. Mas o médico assistente deve compreender a real situação do doente, e não permitir que o seu regime seja reduzido por grande espaço de tempo, até que seu organismo se debilite. Enquanto a febre está alta, pode o alimento irritar e excitar o sangue; mas logo que se vença a força da febre, deve-se-lhe ministrar alimento, cuidadosa e judiciosamente. Se o alimento for retido por tempo demasiado, o [191] desejo que dele sente o estômago criará febre, que será aliviada por uma adequada ministração de alimento de qualidade apropriada. Isto dará à natureza algo que fazer. Se o doente mostra grande desejo de alimentar-se, mesmo durante a febre, satisfazer esse desejo com quantidade moderada de alimento simples será menos prejudicial do que negar-lho. Se ele não pode aplicar a mente em nenhuma outra coisa, a natureza não ficará sobrecarregada com um pequena porção de alimento simples.—Testimonies for the Church 2:384, 385 (1870).

Conselho a um pastor idoso

314. Fui informada de que por certo período de tempo tomastes apenas uma refeição ao dia; sei, porém, que em vosso caso isso está errado, pois foi-me mostrado que necessitáveis de um regime nutritivo, e que estáveis em perigo de serdes abstêmio por demais. Vossa força não admitia tão severa disciplina. ... Penso que tendes errado em jejuar dois dias. Deus não requeria isto de vós. Rogo-vos que sejais cauteloso e comais livremente alimento bom e saudável duas vezes ao dia. Por certo vossa força decrescerá e vossa mente se tornará desequilibrada a menos que mudeis vosso procedimento de usar um regime abstêmio.—Carta 2, 1872.

Nenhum comentário:

Postar um comentário