O comer em demasia - Conselhos Sobre o Regime Alimentar
O comer em demasia
Um pecado comum, mas sério
210. Sobrecarregar o estômago é um pecado comum, e quando
se usa demasiado alimento, todo o organismo é sobrecarregado. A
vida e vitalidade, em vez de aumentar, diminuem. É assim como
Satanás planeja. O homem utiliza suas forças vitais no desnecessário
trabalho de cuidar de excesso de alimentos.
Por tomar demasiado alimento, não apenas gastamos descuidadamente
as bênçãos de Deus, providas para as necessidades da
natureza, mas causamos grande dano a todo o organismo. Contaminamos
o templo de Deus, que é enfraquecido e mutilado; e a
natureza não pode fazer o seu trabalho bem e sabiamente, como
Deus designara que fosse. Em virtude de egoística condescendência
para com o seu apetite, o homem tem pressionado as faculdades da
natureza, forçando-a a realizar um trabalho que jamais deveria ser
forçada a executar.
Estivessem todos os homens familiarizados com a viva maquinaria
humana, e poderiam não ser culpados de fazer isto, a menos,
claro, que amassem de tal maneira a condescendência consigo mesmos,
que preferissem continuar sua conduta suicida e morrer morte
prematura, ou viver durante anos como um fardo para si mesmos e
para seus amigos.— Carta 17, 1895.
Obstruindo a maquinaria humana
211. É possível comer sem moderação, mesmo os alimentos saudáveis.
Não se deve pensar que, pelo fato de haver alguém deixado
o uso de artigos prejudiciais do regime alimentar, deva comer tanto
quanto lhe aprouver. O alimentar-se em excesso, não importa qual a
qualidade do alimento, atrapalha a máquina viva e a estorva assim
em seu trabalho.—Christian Temperance and Bible Hygiene, 51;
Conselhos Sobre Saúde, 119 (1890).
212. A intemperança no comer, mesmo que seja alimentos saudáveis,
terá efeito danoso sobre o organismo, e embotará as faculdades
mentais e morais. — The Signs of the Times, 1 de Setembro de
1887. [132]
213. Quase todos os membros da família humana comem mais
do que o organismo requer. Este excesso se deteriora e torna-se
uma massa pútrida. ... Se é posto no estômago mais alimento do que
requer a maquinaria viva, mesmo que seja alimento de boa qualidade,
o excesso torna-se um fardo. O organismo faz desesperados esforços
para eliminá-lo, e este trabalho extra causa uma sensação de cansaço
e fadiga. Alguns que estão de contínuo comendo chamam a isto
sensação de fome, mas é causada pela condição de sobrecarga dos
órgãos digestivos.— Carta 73a, 1896.
[Efeitos do comer em excesso, mesmo de alimentos bons—33
e 157]
214. Fadigas e preocupações desnecessárias são criadas pelo
desejo de fazer alarde ao hospedar visitas. A dona-de-casa trabalha
excessivamente a fim de preparar grande variedade para a mesa; por
causa dos muitos pratos preparados, os hóspedes comem demais;
e doença e sofrimento, provenientes do demasiado trabalho, de um
lado, e de comer excessivamente do outro, eis o resultado. Esses
elaborados banquetes são um fardo e um dano.—Testimonies for
the Church 6:343 (1900); Testemunhos Selectos 2:570.
215. Banquetes de glutonaria, e alimentos postos no estômago
fora de horas, deixam sua influência sobre cada fibra do organismo; e
a mente é também seriamente afetada pelo que comemos e bebemos.
— The Health Reformer, Junho de 1878.
216. Cerrada aplicação ao trabalho duro é prejudicial ao crescimento
estrutural do jovem; mas onde centenas têm prejudicado
sua constituição unicamente por trabalhar demais, a inatividade, o
comer demasiado, a delicada indolência têm semeado as sementes
de enfermidades no organismo de milhares que estão indo rápida
e seguramente para o declínio.— Testimonies for the Church 4:96
(1876).
Glutonaria, uma ofensa capital
217. Alguns não exercem controle sobre seu apetite, mas satisfazem
o gosto às expensas da saúde. Como resultado, o cérebro é
[133] obscurecido, os pensamentos ficam tardos, e eles deixam de realizar
o que poderiam se tivessem sido controlados e abstêmios. Essas
pessoas privam a Deus de suas forças físicas e mentais que podiam
ser devotadas ao Seu serviço se tivessem observado temperança em
todas as coisas.
Paulo foi um reformador de saúde. Disse ele: “Subjugo o meu
corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu
mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” Ele compreendia
que sobre si repousava a responsabilidade de preservar
toda a sua força e faculdades, para que pudesse usá-las para glória
de Deus. Se Paulo corria o perigo de intemperança, nós corremos
perigo ainda maior, porque não sentimos e compreendemos como
ele a necessidade de glorificar a Deus em nosso corpo e em nosso
espírito, os quais Lhe pertencem. Comer demais é o pecado deste
século.
A Palavra de Deus coloca o pecado de glutonaria na mesma
categoria que a embriaguez. Tão ofensivo era este pecado à vista
de Deus que Ele deu indicações a Moisés de que um filho que não
pudesse ser restringido quanto ao apetite, mas que se empanturrasse
com tudo que desejasse o seu paladar, devia ser levado pelos pais
aos juízes de Israel, para que fosse apedrejado e morto. A condição
de um glutão era considerada sem esperança. De nenhuma utilidade
seria ele para outros, sendo uma maldição para si mesmo. Em coisa
alguma se poderia depender dele. Sua influência estaria sempre
contaminando a outros, e o mundo seria melhor sem essa espécie de
caráter; pois seus terríveis defeitos poderiam perpetuar-se. Ninguém
que possua o senso de sua responsabilidade diante de Deus permitirá
que as propensões animais controlem a razão. Os que isto fazem
não são cristãos, não importa quem sejam ou quão exaltada seja sua
profissão de fé. A injunção de Cristo é: “Sede vós perfeitos, como
é perfeito vosso Pai que está no Céu.” Aqui Ele nos mostra que
podemos ser tão perfeitos em nossa esfera quanto o é Deus na Sua.
— Testimonies for the Church 4:454, 455 (1880).
O costume de pratos em série incita à gulodice
218. Muitas pessoas que rejeitam a carne e outros pesados e
nocivos artigos pensam que porque sua comida é simples e sã, [134]
elas podem condescender com o apetite sem restrições, comendo
excessivamente, por vezes até a gulodice. Isto é um erro. Os órgãos
digestivos não devem ser sobrecarregados com uma quantidade ou
qualidade de alimento que torne pesado ao organismo o digeri-lo.
O costume determina que a comida seja trazida para a mesa
por séries. Não sabendo o que vem depois, uma pessoa pode comer
bastante de um prato que talvez não lhe seja o mais conveniente.
Quando a última parte é apresentada, ela se arrisca muitas vezes a
ultrapassar um pouco os limites, e aceita a tentadora sobremesa, o
que, no entanto, não se lhe demonstra nada bom. Se toda a comida de
uma refeição é posta na mesa ao princípio, a pessoa fica habilitada a
fazer a melhor escolha.
Por vezes o resultado do excesso de alimento é imediatamente
sentido. Noutros casos não há nenhuma sensação de mal-estar; mas
os órgãos digestivos perdem a força vital, e é solapada a base da
resistência física.
Demasiado alimento pesa no organismo, produzindo um estado
mórbido, febricitante. Chama uma indevida quantidade de sangue
para o estômago, causando resfriamento nos membros e extremidades.
Impõe pesada carga aos órgãos digestivos, e quando os mesmos
têm executado sua tarefa, resta uma sensação de desfalecimento e
languidez. Pessoas que estão continuamente a comer em excesso,
chamam fome a essa sensação de esvaimento; é porém, causado pelo
estado de exaustão dos órgãos digestivos. Há por vezes anuviamento
do cérebro, com indisposição para o esforço mental e físico.
Sentem-se estes desagradáveis sintomas porque a natureza realizou
seu trabalho à custa de um desnecessário dispêndio de força
vital, achando-se completamente exausta. O estômago está dizendo:
“Dá-me repouso.” Por parte de muitos, todavia, a fraqueza é interpretada
como um pedido de mais alimento; de modo que, em lugar
de conceder descanso ao estômago, lançam-lhe em cima outra carga.
Em conseqüência, os órgãos digestivos se acham com frequência
gastos quando deviam encontrar-se em condições de prestar bom
serviço.— A Ciência do Bom Viver, 306, 307 (1905).
[Órgãos podem perder a força vital, embora nenhuma dor seja
sentida— 155]
[Obreiros de Deus devem praticar temperança no comer — 177]
[E. G. White não pediria a bênção de Deus sobre seu trabalho se
[135] comes-se além do necessário— Apêndice 1:7.]
A causa de debilidades físicas e mentais
219. Como um povo, com toda nossa profissão de reforma de
saúde, comemos demais. A tolerância para com o apetite é a maior
causa de debilidades físicas e mentais, e jaz na raiz de grande quantidade
de fraquezas evidentes em toda parte.—Christian Temperance
and Bible Hygiene, 154 (1890).
220. Muitos dos que adotaram a reforma de saúde, deixaram tudo
quanto era nocivo; segue-se, porém, que pelo fato de deixarem essas
coisas, podem comer tanto quanto lhes apetecer? Sentam-se à mesa
e, em vez de considerar quanto lhes convém ingerir, entregam-se ao
apetite, e comem excessivamente, e o estômago tem quanto lhe é
possível fazer, ou o que deve fazer, para o resto do dia, afadigando-se
com o fardo que lhe é imposto. Toda a comida posta no estômago,
da qual o organismo não pode tirar proveito, é uma carga para a
natureza em seu trabalho. Entrava a máquina viva. O organismo
fica abarrotado, e não pode com êxito levar avante sua obra. Os
órgãos vitais ficam desnecessariamente sobrecarregados, e a energia
nervosa do cérebro é chamada ao estômago para ajudar os órgãos
digestivos no trabalho de dispor de uma quantidade de comida que
não faz nenhum bem ao organismo.
E que influência tem sobre o estômago o comer demasiado? Este
se debilita, os órgãos digestivos ficam enfraquecidos, e as enfermidades,
com todo o seu cortejo de males, surgem como resultado. Se
as pessoas estiveram enfermas antes, aumentam assim sobre si as
dificuldades, e diminui sua vitalidade cada dia que passa. Convocam
para ação desnecessária suas faculdades vitais, a fim de que se encarreguem
do alimento que lhes ocupa o estômago. Que terrível é
estar nesta condição!
Sabemos por experiência alguma coisa sobre dispepsia. Nós a
temos tido em nossa família; e sabemos ser uma enfermidade muito
de temer. Quando uma pessoa se torna inteiramente dispéptica, tornase grande sofredora, tanto mental como fisicamente; e seus amigos
têm de sofrer também, a menos que sejam insensíveis como animais.
E contudo ainda dizeis: “É da conta de alguém o que eu coma ou
que conduta siga?” Sofrem os que estão em relação com algum dis- [136]
péptico? Simplesmente fazei qualquer coisa que de alguma forma os
irrite. Quão naturalmente se impacientam! Sentem-se mal, e parecelhes
a eles que seus filhos são muito maus. Não lhes podem falar
com calma, nem, sem uma graça especial, agir com paciência em
família. Todos ao seu redor ficam afetados pela enfermidade deles;
e todos têm de sofrer as conseqüências de sua doença. Lançam uma
negra sombra. Então, afetam ou não aos outros vossos hábitos no
comer e beber? Certamente que sim. E deveis ser muito cuidadosos
em manter-vos nas melhores condições de saúde, a fim de poderdes
render a Deus perfeito serviço, e cumprir vosso dever na sociedade
e na família.
Mas até mesmo os reformadores de saúde podem errar na quantidade
de alimento. Podem comer imoderadamente alimentos saudáveis
na qualidade. — Testimonies for the Church 2:362-365 (1870).
221. O Senhor tem-me instruído que, como regra geral, colocamos
demasiado alimento no estômago. Muitos acarretam desconforto
sobre si por comer demais, e o resultado é muitas vezes
a enfermidade. O Senhor não traz sobre eles esta punição. Eles a
acarretam sobre si; e o Senhor deseja que compreendam que a dor é
resultado da transgressão.
Muitos comem depressa demais. Outros comem numa só refeição
alimentos que não combinam. Se os homens e as mulheres
tão-somente se lembrassem de quanto afligem sua alma quando afligem
o estômago, e quão profundamente é Cristo desonrado quando
o estômago é sobrecarregado, seriam corajosos e abnegados, dando
ao estômago oportunidade de recobrar sua salutar ação. Enquanto
assentados à mesa podemos fazer trabalho médico-missionário ao
comer e beber para glória de Deus. — Manuscrito 93, 1901.
Cochilar durante o culto
222. Quando comemos imoderadamente, pecamos contra nosso
próprio corpo. No que toca ao sábado, na casa de Deus, glutões
assentar-se-ão e dormirão sob as escaldantes verdades da Palavra de
Deus. Não conseguem manter os olhos abertos nem compreender os
solenes sermões proferidos. Achais que essas pessoas estão glorifi-
[137] cando a Deus no corpo e no espírito, os quais Lhe pertencem? Não;
eles O desonram. E o dispéptico—aquilo que o tornou dispéptico
é estar seguindo esta conduta—em vez de observar regularidade,
tem permitido que o apetite o controle, e tem comido entre as refeições.
Talvez, se seus hábitos são sedentários, não tenha ele tido o
vitalizante ar do céu para ajudá-lo na obra da digestão; pode ser que
não tenha tido suficiente exercício para sua saúde.—Testimonies
for the Church 2:374 (1870).
223. Não devemos preparar para o sábado mais liberal provisão
de alimento, nem maior variedade que nos outros dias. Em lugar
disto, a comida deve ser mais simples, e menos se deve comer, a fim
de a mente estar mais clara e vigorosa para compreender as coisas espirituais.
Um estômago abarrotado quer dizer um cérebro pesado. As
mais preciosas palavras podem ser ouvidas e não apreciadas devido
à mente estar confusa por uma alimentação imprópria. Comendo
demais no sábado, muita gente faz mais do que julga para se tornar
incapaz de receber o benefício de suas sagradas oportunidades.—A
Ciência do Bom Viver, 307 (1905).
[Cochilar nas reuniões de sábado—93, 85, 117 e 206]
[Efeitos do comer em demasia sobre a espiritualidade — 56, 57,
59 e 251]
[Comer demais nas reuniões campais—57 e 124]
[Práticas suicidas—202]
[Sobremesas— uma tentação para excesso—538, 547 e 550]
[Fonte de provas para a igreja—65]
[Glutonaria conduz à dissipação—244]
[Conservando a consciência pura—263]
[A intemperança encorajada pelas mães —351 e 354]
Causa de perda de memória
224. O Senhor concedeu-me luz para vós sobre o assunto de
temperança em todas as coisas. Sois intemperantes em vosso modo
de comer. Freqüentemente colocais no estômago quantidade dupla
do alimento que vosso organismo requer. Este alimento se deteriora;
vosso hálito torna-se desagradável; vossas dificuldades em expectorar se agravam; vosso estômago é sobrecarregado; e as energias
vitais são convocadas do cérebro para movimentar o moinho que [138]
tritura o material posto em vosso estômago. Nisto tendes mostrado
pouca consideração por vós mesmos.
Sois um glutão quando à mesa. Esta é uma grande causa de
vosso esquecimento e perda de memória. Dizeis coisas que eu sei
tendes dito, depois contornais o terreno e afirmais que dissestes coisa
inteiramente diferente. Eu sabia isto, mas passei-o por alto, como
sendo resultado certo do comer demasiado. De que adiantaria falar
sobre isto? Não curaria o mal. —Carta 17, 1895.
Conselho a pastores e obreiros sedentários
225. O excessivo comer é especialmente prejudicial aos que são
de temperamento indolente; estes devem comer frugalmente, e fazer
bastante exercício físico. Existem homens e mulheres de excelentes
aptidões naturais, que não realizam metade do que poderiam efetuar
se exercessem domínio sobre si mesmos quanto a negar-se ao apetite.
Muitos escritores e oradores falham nesse ponto. Depois de
comer à vontade, entregam-se a ocupações sedentárias, lendo, estudando
ou escrevendo, não se dando nenhum tempo para exercício
físico. Em conseqüência, é entravado o livre fluxo dos pensamentos
e das palavras. Não podem escrever nem falar com a intensidade e o
vigor necessários para atingir o coração; seus esforços são fracos e
infrutíferos.
Aqueles sobre quem impendem importantes responsabilidades,
e sobretudo os que são guardas dos interesses espirituais, devem ser
homens de viva sensibilidade e rápida percepção. Mais que os outros
devem eles ser temperantes no comer. Alimento muito condimentado
e rico não deveria ter lugar em sua mesa.
Todos os dias homens que ocupam posição de responsabilidade
têm de tomar decisões das quais dependem resultados de grande importância.
É-lhes preciso com freqüência pensar rapidamente, e isto
só pode ser feito com êxito pelos que observam estrita temperança.
A mente se revigora sob o correto tratamento das faculdades físicas
e mentais. Se a tensão não é demasiada, sobrevém renovado vigor a
cada esforço. Mas com freqüência a obra dos que têm importantes
planos a considerar e sérias decisões a tomar é afetada para mal em
conseqüência de um regime impróprio. Um estômago perturbado
[139] produz um estado mental incerto e perturbado. Causa muitas vezes
irritabilidade, aspereza ou injustiça. Muito plano que haveria sido
uma bênção para o mundo tem sido posto à margem; muitas medidas
injustas, opressivas e mesmo cruéis têm sido executadas em
resultado de estados enfermos, resultantes de hábitos errôneos no
comer.
Eis uma sugestão para todos quantos têm trabalho sedentário ou
especialmente mental; experimentem-no os que tiverem suficiente
força moral e domínio próprio: Comei em cada refeição apenas duas
ou três espécies de alimento simples, não ingerindo mais do que o
necessário para satisfazer a fome. Fazei exercício ativo todos os dias,
e vede se não experimentais benefício.
Homens fortes, que se empenham em ativo trabalho físico, não
são forçados a cuidar tanto no que respeita à qualidade e à quantidade
do alimento, como as pessoas de hábitos sedentários; mas
mesmo esses gozariam melhor saúde se usassem de domínio sobre
si mesmos quanto ao comer e beber.
Alguns desejariam que se lhes prescrevesse uma regra exata para
seu regime. Comem demais, e depois se lamentam, e ficam sempre
a pensar no que comem e bebem. Não deve ser assim. Uma pessoa
não pode ditar uma estrita regra para outra. Cada um deve exercer
discernimento e domínio, agindo por princípio. — A Ciência do
Bom Viver, 308-310 (1905).
[Comer antes de dormir é sobremodo danoso—270]
Indigestão e reuniões de comissão
226. Em mesas lautas, os homens muitas vezes comem muito
mais do que pode ser digerido com facilidade. O estômago sobrecarregado
não pode fazer devidamente seu trabalho. O resultado é
uma sensação desagradável de embotamento do cérebro, e a mente
não age com rapidez. Criam-se perturbações mediante combinações
impróprias de alimentos; há fermentação; o sangue fica contaminado
e o cérebro confuso.
O hábito de comer em demasia, ou de comer demasiada variedade
de alimentos na mesma refeição, causa freqüentemente dispepsia.
Sério dano é assim causado aos delicados órgãos digestivos.
Em vão protesta o estômago, e apela para o cérebro a fim de que
raciocine da causa para o efeito. A quantidade excessiva de alimento
ingerido, ou a sua combinação imprópria, faz a sua obra prejudicial. [140]
Em vão dão sua advertência os avisos desagradáveis. O sofrimento
é a conseqüência. A doença toma o lugar da saúde.
Perguntarão alguns: Que tem isto que ver com as reuniões de comissões?
Muitíssimo. Os efeitos da alimentação errada são levados
para as reuniões de concílios e comissões executivas. O cérebro é
afetado pelo estado do estômago. O estômago perturbado produz
estado de espírito perturbado, indeciso. O estômago doente produz
estado doentio do cérebro, tornando muitas vezes a pessoa obstinada
em manter opiniões errôneas. A suposta sabedoria dessa pessoa é
loucura para com Deus.
Apresento isto como causa da situação em muitas reuniões de
concílio e de comissões executivas, onde a assuntos que exigiam
estudo acurado, bem pouca consideração foi dada, e decisões da
maior importância foram tomadas precipitadamente. Muitas vezes,
quando deveria ter havido unanimidade de sentimento na afirmativa,
opiniões decididamente negativas mudaram inteiramente a atmosfera
de uma reunião. Esses resultados têm-me sido apresentados repetidas
vezes.
Apresento este assunto agora porque sou instruída a dizer aos
meus irmãos no ministério: Pela intemperança no comer, vós vos
incapacitais para ver com clareza a diferença existente entre o fogo
sagrado e o comum. E por essa intemperança também revelais vosso
desrespeito pelas advertências que o Senhor vos fez. Sua palavra
para vós é: “Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do
Seu servo? quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie
no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. Eis todos vós, que
acendeis fogo, e vos cingis com faíscas; andai entre as labaredas do
vosso fogo, e entre as faíscas que acendestes; isto vos vem da Minha
mão, e em tormentos jazereis.” Isaías 50:10, 11.
Não nos deveremos aproximar do Senhor, para que Ele nos salve
de toda intemperança no comer e beber, de toda paixão profana,
sensual, de toda impiedade? Não nos deveremos humilhar perante
Deus, pondo de lado tudo quanto corrompa a carne e o espírito,
para que em Seu temor possamos aperfeiçoar a santidade de caráter?
— Testimonies for the Church 7:257, 258 (1902).
Nenhuma recomendação da reforma de saúde
227. Nossos pregadores não são suficientemente minuciosos
[141] em relação a seus hábitos de alimentação. Tomam o alimento em
quantidades demasiado grandes, e vasta variedade numa só refeição.
Alguns são reformadores apenas no nome. Não têm regras pelas
quais nortear seu regime, mas condescendem em comer frutas ou
nozes entre as refeições, e assim impõem cargas sobremodo pesadas
aos órgãos digestivos. Alguns ingerem três refeições ao dia, quando
duas seria mais condizente com a saúde física e espiritual. Se as
leis que Deus fez para governar o organismo físico são violadas, a
penalidade há de seguir-se fatalmente.
Por causa da imprudência no comer, os sentidos de alguns parecem
meio paralisados, e eles são apáticos e sonolentos. Esses
pastores de rosto pálido que estão sofrendo em conseqüência de
egoística tolerância para com o apetite, não recomendam a reforma
de saúde. Quando sofrendo em virtude de sobrecarga de trabalho,
muito melhor seria dispensar ocasionalmente uma refeição, dando
assim oportunidade à natureza para refazer-se. Nossos obreiros fariam
pela reforma de saúde mais pelo exemplo do que pregando-a.
Quando amigos bem-intencionados fazem para eles alimentos laboriosos,
eles ficam fortemente tentados a desrespeitar o princípio; mas
recusando os pratos requintados, os ricos condimentos, chá e café,
podem demonstrar assim que são reformadores da saúde praticantes.
Alguns estão sofrendo agora em conseqüência da transgressão das
leis da vida, deixando assim um estigma sobre a causa da reforma
de saúde.
Condescendência excessiva no comer, beber, no dormir ou no
contemplar, é pecado. A ação harmoniosa, saudável, de todas as
faculdades do corpo e da mente resulta em felicidade; e quanto mais
elevadas e refinadas as faculdades, mais pura e perfeita a felicidade.
— Testimonies for the Church 4:416, 417 (1880).
Cavando a sepultura com os dentes
228. A razão por que muitos de nossos pastores queixam-se
de enfermidades, é que deixam de fazer suficientes exercícios e
são condescendentes no comer em excesso. Não compreendem que
tal procedimento põe em perigo a constituição mais forte. Os que,
como vós, são de temperamento apático, devem comer pouco e não
evitar cansaço físico. Muitos de nossos pastores estão cavando sua
sepultura com os próprios dentes. O organismo, tendo que cuidar [142]
da carga imposta aos órgãos digestivos, sofre, e severo esforço é
imposto ao cérebro. Por toda ofensa cometida contra as leis da
saúde, o transgressor tem de pagar a penalidade em seu próprio
corpo.— Testimonies for the Church 4:408, 409 (1880).
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